quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Como partilhar um quarto de hotel


Ontem passei meu dia em Serra Negra, atendendo a um grupo fantástico de funcionários de um laboratório farmacêutico. E uma das coisas que me foi pedida foi que falasse um pouco sobre como ser educado dividindo um quarto de hotel com outra pessoa.
Aquela máxima que diz "meu direito termina onde começa o do outro" deve estar presente em todos os átimos de tempo em que estivermos partilhando um aposento com alguém.

O BANHEIRO:
Lembre-se que metade da pia lhe pertence - nada de espalhar tudo o que é seu pelo espaço todo da pia do banheiro. Aliás, mantenha o que é seu dentro de um nécessaire, leve-o com você para o banheiro quando for usá-lo e, tão logo termine de fazê-lo, guarde seu(s) nécessaire(s) dentro de uma gaveta do armário.
Seja elegante e não "alugue" o banheiro - use-o de maneira racional e, caso você seja uma tartaruga-não-tão-ninja, levante mais cedo para usar o banheiro mais calmamente. Mas não faça barulho a fim de que seu parceiro não acorde!

O ARMÁRIO:
Não se esqueça: você está dividindo um espaço. Ou seja, só a metade do armário e a metade dos cabides é o espaço que lhe cabe, combinado?
Seus sapatos, suas roupas devem estar acomodados na metade que lhe cabe.
E o que não couber, deixe dentro da mala, de forma organizada, de maneira a não incomodar seu parceiro com a sua bagunça.

ONDE HÁ ORDEM, HÁ PROGRESSO:
Há muitos anos viajei para os USA com uma amiga. Nos instalamos num quarto grande e confortável de um confortável hotel de Nova York. Ela é bem mais velha que eu e, mesmo assim, me deu uma aula de como não ser dividindo o espaço com alguém: a cama dela sempre desarrumada, as coisas fora da mala e algo perdido a cada meia-hora.
O controle remoto da TV imediatamente passou a ser dela e, mesmo sem entender uma palavra de inglês ou de espanhol, insistia em monopolizar o instrumento e não me permitia escolher e aproveitar alguma programação de meu interesse.
Confesso que excesso de bagunça me cansa e me tira do eixo. E, depois daquela viagem, decidi que, com ela jamais voltaria a dividir um quarto de hotel.

OUTROS CUIDADOS:
- Não se aposse do controle remoto da TV;
- Se receber uma ligação em seu telefone que seja mais íntima, retire-se e vá papear no hall de entrada do quarto ou dentro do banheiro; 
- Deixe o seu telefone celular no modo MUDO durante a noite porque, francamente, nada mais chato, mal educado e deselegante que aquele aviso sonoro que acompanha as mensagens de WhatsApp que recebemos; 
- Antes de manter sua luz acesa até que o dia clareie, peça licença e pergunte se a claridade incomoda seu parceiro de quarto.
- Se você é fumante, vá fumar do outro lado da cidade e não esqueça de higienizar mãos e boca antes de retornar ao apartamento: o fedor de seu cigarro te acompanha mesmo depois que você já o apagou, ok?
- Cuidado ao perfumar-se e empestear todo o ambiente com sua fragrância favorita: de repente é o perfume que detona a crise alérgica de seu parceiro de quarto.
Pois é, sei que isso tudo é meio chato, mas são cuidados indispensáveis quando topamos dividir esse espaço tão íntimo com alguém.
No universo corporativo, acho que as empresas, além de tentarem otimizar gastos, querem descobrir como você é em momentos como este.
Em nossa vida privada, usualmente as viagens costumam ser mais acessíveis quando topamos dividir acomodações com outra pessoa.
Na vida não há bônus sem ônus! Que nos conscientizemos disso e que saibamos conviver com esses momentos. 
E para que isso ocorra, precisamos cumprir com nossa parte da melhor maneira possível: deixar de olhar somente para nosso próprio umbigo e só para as nossas necessidades.
Garanto que isso já é meio caminho andado para obtermos sucesso num caso como esse...
Célia Leão

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