sábado, 8 de junho de 2019

Porque a beleza importa e as pessoas andam tão feias



Ontem, me deslocando pela cidade, acabei optando por usar o metrô.
E confesso que, observando as pessoas - e os jovens mais especificamente - me pus a pensar porquê cargas d'água eles têm feito um esforço enorme para se tornarem feios, pouco atraentes. E deselegantes.
Vi um garoto com os cabelos descoloridos, enormes alargadores nas orelhas, camiseta amarela e calças vermelhas com estampa de estrelas - tudo em que consegui pensar ao vê-lo foi num palhaço de circo.
Dentro do vagão onde eu estava também havia outro com os cabelos tão exageradamente eriçados que me lembrou um choque elétrico.
E vi um outro, embarcando enquanto eu deixava a estação que vestia calças cor de rosa e as tranças-afro de seus cabelos também traziam fitas rosas no arranjo.
Que horror! Quanto mau gosto, quanta gente feia!!!
Será que todo este show de mau gosto é para se afirmarem individualmente? Talvez fosse mais inteligente por parte deles se tentassem destacar-se pela cultura, por conhecimento, por valores e ações que causassem impacto positivo na comunidade da qual são parte, não é mesmo?
Até meados do século XX, as pessoas cultas descreveriam o objetivo da poesia, da arte ou da música como uma maneira de atingirem a Beleza! E a razão disto, nos ensina Sir Roger Scruton, é que a Beleza é um valor tão importante para o homem quanto a Verdade e o Bem.
A Verdade, o Bem, a Beleza são valores que, de maneira especial nos aproximam de Deus!
Marcel Duchamps iniciou o "enfeiamento do arte" na França, quando expôs um mictório e o chamou de fonte. E, desde então, o que vemos nas artes é que a originalidade a qualquer meio e a qualquer custo moral é oque vale e ganha prêmios.
"Não apenas a arte fez um culto à feiura; a arquitetura também se tornou desalmada e estéril. E não foi somente o nosso ambiente físico que se tornou feio. Nossa linguagem, nossa música e nossas maneiras estão cada vez mais rudes, egoístas e ofensivas; como se a beleza e o bom gosto não tivessem nenhum lugar real em nossas vidas.", diz Scruton.
Concordo com ele quando ele diz que estamos perdendo nossa conexão com a Beleza e, com esta ruptura, corremos o risco de perder o sentido da vida.
Talvez aí esteja a razão de estarmos diante de uma geração de ansiosos, com inteligência emocional e resiliência zero, que não se comprometem ou não criam vínculos com as empresas das quais são parte, com os lugares onde vivem, em suas relações humanas.
Espanta-me também as empresas que, ao invés de incentivarem seus colaboradores a que mudem, se adequem a uma vida em sociedade menos egoísta e menos errática, acabam por passar a mão na cabeça de uma geração de jovens que está precisando mesmo é de boas enquadradas e boas sacudidelas, a fim de que voltem aos trilhos e colaborem e preservem as coisas boas e belas, como valores e princípios morais que sempre foram esteio de nossa sociedade ocidental e balizadores de escolhas que nos guiem ao caminho do Bem, do Belo e da Verdade! 
Célia Leão

*Para quem ainda não assistiu, sugiro o documentário "WHY BEAUTY MATTERS", apresentado pel filósofo Sir Roger Scruton, disponível no Youtube, com legendas inclusive. Difícil não se emocionar com as reflexões que ele nos incita a fazer!

Nenhum comentário:

Postar um comentário