domingo, 14 de fevereiro de 2021

O Carnaval


"TOLERÂNCIA É UMA NECESSIDADE EM TODOS OS TEMPOS E PARA TODAS AS RAÇAS. MAS TOLERÂNCIA NÃO SIGNIFICA ACEITAR O QUE SE TOLERA." (Mahatma Ghandi)

E o assunto hoje é Carnaval: há os que amem, há os que detestem.

Durante minha juventude estive incluída entre os muitos que amavam os bailes de Carnaval e a folia de passar uma noite inteira acordada, pulando e sambando ao som de marchinhas compostas com essa finalidade.

Mas, à medida em que o tempo passou, deixei de achar graça em perder noites de sono pulando feito uma pipoca na manteiga quente, ao som das mesmas marchinhas e sambas de todo o sempre.

Ainda assim, apreciava assistir ao desfile das escolas de samba, espetáculo de cor e de plumas e paetês que enchiam meus olhos de cor e beleza.

Com o passar do tempo, as plumas e os paetês diminuíram, a nudez desnecessária e deselegante tomou conta das passarelas; e os sambas-enredo, antes tão bonitos e tão melodiosos foram substituídos por letras carregadas de polêmica e de ideologia.

E quando isso começou a acontecer, perdi o interesse também pelos desfiles: não troco um bom filme ou um bom livro pela narrativa enfadonha dos mesmos comentaristas de todos os anos, entrevistando as mesmas pessoas de todos os anos, nos mesmos camarotes de todos os anos: ai, que preguiça!

E, no ano passado uma dessas escolas decidiu desrespeitar a figura de Jesus Cristo em seu samba enredo. E, como cristã, para mim, isso é ultrapassar todos os limites do suportável.

Você tem todo o direito de não crer, assim como tenho o direito de crer. E isso não me autoriza a diminui-lo ou fazer de você um alvo de meu sarcasmo e de meu descontentamento.

Mas, coincidência ou não, logo após o Carnaval que trouxe esse enredo hediondo e desrespeitoso para com todos os cristãos,  veio a pandemia. 

E com a pandemia a proibição da celebração de Carnaval este ano.

Para quem não gosta, foi um alívio ter um feriado de 4 dias sem balbúrdia, sujeira e barulho excessivo. Para quem gosta, resta aguardar que as coisas voltem ao normal e a festa volte a ocorrer.

Postei uma imagem da tal escola com os figurantes travestidos de Deus e do demônio, com um comentário que dizia que de Deus ninguém zomba e com Ele ninguém brinca.

E foi o que bastou para gente "que não captou a mensagem" passasse a aborrecer a mim e a todos os que teceram comentários contrários àquela cena de mau gosto e desrespeito ímpares, com comentários fora de contexto e igualmente desrespeitosos.

Se você gosta de Carnaval, aguarde que ano que vem ele volta. 

Se você não gosta do dito-cujo como eu, aprecie cada minuto de sossego que esse feriado prolongado nos oferece - leia, ouça música, deguste um vinho, papeie com seus familiares, assista a um bom filme, reze, crie, organize sua casa.

Mas para quem gosta e para quem não gosta, fica a dica: não seja um chato de Facebook, não alongue discussões sem sentido, não aborreça terceiros em suas páginas, afinal, você não tem o direito de vir à minha casa e querer ditar regras ou arrumar confusão num espaço que não lhe pertence, combinado?

Jamais se esqueça de que "block é vida". E que, se você aborrecer alguma conexão sua além da medida, pode ser defenestrado da página do amigo virtual para todo o sempre e perder uma conexão que - quem sabe? - um dia poderia lhe ser de grande utilidade...

Célia Leão

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