sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Reflexões sobre a falta de limites...


Um amigo querido me enviou um texto escrito por uma psicóloga logo após ela ter assistido ao filme "Cazuza". O texto é longo e tem constatações muito duras e muito verdadeiras.
Não discuto e nem questiono aqui a produção musical do rapaz - Cazuza morreu cedo e, diga-se de passagem, morreu cedo por conta de sua vida desregrada e sem limites, mas deixou coisas lindas para a posteridade.
O que ela questiona é o endeusamento de um moço que não deveria ser citado como exemplo: um rapaz criado sem limites, que viveu à margem da sociedade da qual fazia parte e, vamos lembrar aqui - marginal é aquele que se põe à margem do grupo do qual é parte, hein? - Mimado além do permitido pelo bom senso e pelo juizo, impune por conta da importância e do poder que o pai dele lhe proporcionava, etc.
Enfim, a psicóloga faz uma reflexão sobre a importância que os "NÃO" têm na vida das pessoas. Lembrei de uma frase popular que diz que "o filho que não apanha do pai, apanha da vida!".
Tenho me deparado com adultos absolutamente despidos de sensibilidade, de senso de limites e de educação, é claro!!! Se eu fosse escrever aqui algumas das cenas, faltaria espaço e tempo... rsrs.
De uns tempos prá cá, deixei de acusar os sem noção tão severamente e passei a dividir a responsabilidade entre eles e seus pais.
Educar um filho não é dizer AMÉM a tudo o que ele faz, pede ou diz; educar um filho é mostrar a ele que NÃO faz parte do caminho da mesma maneira que a palavra SIM.
Educar um filho é mostrar a ele que frustrações e pequenas decepções são parte integrante do caminho de todos nós. E que lidar com isto de forma equilibrada e polida é o que faz com que o ser humano se fortaleça!
"Enquadrar" um filho diante de seus excessos é mostrar a ele que a moderação é item essencial a todo ser humano que quer bem viver no grupo social do qual ele é parte e em qualquer outro grupo social!
Acho que anda faltando isto aos montes... Agradeço todos os dias por todas as broncas, os tapas (afinal, sou parte de uma geração que levou muita palmada de pai e mãe e nem por isto vivo menos feliz ou mais agressivamente, viu?) e os dias que passei em casa de castigo.
Ai de mim se interrompesse a conversa dos meus pais; ai de mim se respondesse para qualquer dos meus professores; ui, ui, ui se fizesse uma malcriação ou tivesse uma crise de destempero com qualquer de meus tios ou de meus avós...
Estas ações me tornaram mais sensível e mais zelosa na relação com outras pessoas; estes pequenos gestos acabaram por ter grande importância em minha formação e em minha educação.
Tomara os pais de hoje voltem a assumir as responsabilidades que são deles, a fim de que num futuro breve, voltemos a conviver com pessoas mais cientes de seus deveres e limites, ao invés desse monte de gente que acha que seus direitos são ilimitados e estão sempre acima dos direitos de qualquer outra pessoa!
Tenho preguiça de gente mal educada e grossinha deste jeito, viu?...
Autora: Célia Leão (www.etiquetacelialeao.com.br), publicado com autorização.

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