terça-feira, 21 de abril de 2020

História de uma gateira



(Tradução: - Meu amor, onde você está?
- Estou aqui, responde o marido
- Não estava te procurando. Procuro pelo gato.)
Quem é "gateiro" compreenderá em dois minutos...
Há muitos anos minha casa estava cheia de amigos para a virada do ano. Eu morava no último andar do prédio e, de repente, pessoas dos prédios em frente ao meu começaram a acenar e a sinalizar para que descêssemos.
Entre os convidados havia uma pessoa com mobilidade reduzida por conta de paralisia infantil, o pai de uma amiga com mais de 80 anos e doze andares escada abaixo nos aguardando - descemos todos e aguardamos pelos bombeiros para que debelassem um princípio de incêndio dois ou três andares abaixo do meu.
E eu, naturalmente, desci os doze andares com meu amado Bartholomeu à tiracolo.
Chegando ao térreo, o convidado de minha vizinha do 11º andar olhou para mim e perguntou:
- "Isso" que você tem no colo é um gato?
E eu lhe respondi
- Sim, é meu gato e ele não é "isso"!
Ele então me responde:
- Sabia que me separei de minha mulher por causa do gato dela?
E eu lhe respondi:
- Aplaudo sua ex-mulher. Ela provou ser muita sábia ao fazer tal opção.
Virei as costas e deixei o bufão rejeitado falando sozinho.
Todas as vezes que me lembro disso, rio desta entrada de ano diferente e da cara de pamonha do bocudo.
Quem fala o que quer, vez ou outra, escuta o que não quer...
Célia Leão

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