sábado, 17 de março de 2018

Vita brevis est (A vida é curta)



Hoje seria aniversário de minha única irmã que faleceu vitimada por um câncer há quase quatro anos.
Ontem teria sido aniversário de uma amiga absolutamente incrível que a vida me deu e que também se foi, vitimada por um câncer.
Levantei cedo, já fui à igreja pedir pelos aniversariantes de minha família que não mais estão comigo e pelos amigos queridos que também se foram.
Estas perdas são perdas doídas, mas também são lições.
Me lembro que, ao final do funeral de minha irmã, fomos à casa dela para acertar questões práticas.
E vi todas as suas bolsas, seus sapatos, suas jóias, suas inúmeras jaquetas. 
E foi aí que me dei conta de que, desta vida, nada do que compramos vai conosco.
E a partir daquele momento também me dei conta do quanto tenho e de que tudo aquilo que mais preciso daqui para a frente está muito pouco ligado a consumo. 
Hoje vivo de forma mais leve e percebo que minhas malas, a cada viagem, sempre acabam por voltar mais leves do que quanto se foram - na ida sempre tenho algo de brasileiro para os amigos que residem fora; na volta o que trago comigo vem no coração e nas centenas de boas lembranças.
E, ao final de minha visita à Igreja, agradeço como sempre faço: por minha vida, por minha saúde e pelo privilégio de continuar viva, dividindo o que sei com as pessoas e aprendendo sempre mais. 
Que sejamos gratos e que aprendamos todos nós a viver de forma leve. 
Ame, seja generoso, não se apegue às coisas, ria, brinque, seja feliz; construa, elogie, edifique.
Porque a vida é curta. E este é o melhor jeito de aproveitarmos nossa breve estada por aqui.
Célia Leão

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