terça-feira, 11 de maio de 2021

Esporte fino - Isso existe?



Hoje contei até 2.501 para não perder a paciência e nem descer dos saltos-bloco com um dos alunos de uma palestra que ministrei pela manhã.

Estava orientando o grupo sobre dress-code e veio à baila essa expressão cafonérrima que é o tal "esporte fino". Porque, vamos combinar que esportes finos são vários: temos o golfe, temos a vela, temos o esqui - estes são esportes de elite e realmente, via de regra, os que o praticam têm savoir-faire.

Mas "esporte fino" em vestimenta??? O que seria isso - uma camisa Ermenegildo Zegna com uma calça de linho Ricardo Almeida e sapatos mocassins by Ferragamo???

E o rapaz, teimosa e insistentemente dizia que usava a expressão e que eu até poderia consultar no Google - ora, quem tem Fernando de Barros como referência e orientação lá consulta o Google???

Gente, essa expressão surgiu nos anos 80, com a finalidade de orientar a meninada sobre como irem vestidos às festas de 15 anos que também voltaram à moda naquela ocasião.

A idéia era dizer para os garotos que eles não precisavam usar gravata, mas precisavam comparecer arrumados, livres das camisetas, calças jeans e dos tênis.

A expressão correta para essa orientação de traje é "traje social" ou "traje passeio" - e isso significa calça em sarja ou calça social, camisa de manga longa sem gravata (e, por estar sem a gravata o homem pode dobrar as mangas da camisa) e sapatos tipo Oxford ou mocassins. Para as mulheres valem as pantalonas, os terninhos ou smokings, além dos vestidos também.

Se no convite a expressão usada for "passeio completo" ou "social completo", isto sinaliza gravata e paletó para os homens e vestido ou saia e blusa para as mulheres.

Se o convite trouxer grafado "black tie" isso significa smoking para os homens e vestidos de festa mais elaborados que podem ser longos ou não.

E quando o traje é "gala", para os homens isso é sinônimo de fraque e para as mulheres, obrigatoriedade de traje longo. 

Antes que me esqueça, quem sabia trajar um fraque com uma elegância rara e meio ímpar era o falecido Duque de Edimburgo, o príncipe Phillp.

Acho muito importante que conheçamos essas expressões. 

E mais importante ainda é "aposentarmos" o que virou modismo e que é cafona e deselegante e disseminarmos a expressão clássica, adequada e correta.

Porque só não muda quem já morreu e não sabe. E só não aprende aquele que é cheio de si e se acha superior para ouvir conselhos e sugestões que o façam rever conceitos e postura...

Dica dada.

Célia Leão

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