quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Você é chique?


Meu avô costumava dizer que você conhece verdadeiramente a educação de uma pessoa numa mesa de refeição, numa mesa de jogo ou quando você tem que usar o banheiro logo após a pessoa tê-lo feito... E eu acrescento a essa lista mais um item: você sabe quem é quem quando vê essa pessoa interagir com alguém mais simples...
Será que nos lembramos sempre de cumprimentar o porteiro, o faxineiro e as demais pessoas que nos servem no local onde moramos? Será que todas as vezes que pedimos algo à nossa empregada, lembramos de acrescentar ao pedido o "por favor" e, feito o solicitado, lembramos de agradecer?
Ser delicado e atencioso com o mais importante, com a pessoa famosa, com aquele que tem poder parece ser o óbvio esperado de nós... e há que se tomar cuidado com isso: parece que, a cada dia, cresce o número de seres humanos subservientes que, ante um famoso ou alguém de mais poder se desdobram em gentilezas e elogios! Ser "puxa-saco" é das indelicadezas maiores que conheço porque o que se vê é uma pessoa interagir de forma mentirosa com uma outra visando lucros futuros ou ganhos com aquele relacionamento. E o pior é aquele "puxa-saco" que subestima o agradado: todos temos sim sensibilidade e podemos perceber quem nutre afeto e carinho por nós e quem são aqueles que nos bajulam imaginando assim conseguir mais fama, mais projeção ou mais facilidades... Acho que essas pessoas pensam que isso é contagioso: não adianta estar perto do poderoso porque o poder é de outra pessoa, não adianta estar próximo dos muito ricos - o dinheiro não é nosso e nossa situação permanecerá a mesma... Infelizmente o que contamina é dengue, gripe, viroses; a fama, a riqueza, o poder - isso tudo pertence a quem os tem, são situações intransferíveis... E quanto não são os assessores mais difíceis que os próprios executivos? E quantas não são as secretárias mais inflexíveis que seus presidentes? Que bobagem e que feio tentar fazer-se valer do poder de outros para auferir a si próprio importância que não lhe pertence!
Que nos lembremos sempre: chique é ser simples, chique é sermos solidários com a dificuldade daqueles que, desde o nascimento não tiveram a mínima chance de nada. Chique é entendermos que todo ser humano sempre tem algo que acrescenta a nós mesmos: da mais simples pessoa que lhe serve ao mais alto executivo que você conheça...
O sentar-se à mesa e manusear talheres de um modo impecável é um detalhe, é a "pós-graduação" da vida. O chique mesmo é saber viver sem preconceitos, querendo aprender com todos e em todas as circunstâncias, é treinar polidez e gentileza com aquele que pode um pouco menos. Só assim, diante de quem quer que seja, tudo o que vier de você soará natural. Será que temos agido assim ultimamente?
Autora: Célia Leão (www.etiquetacelialeao.com.br), publicado com autorização.

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