sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Quando menos é mais!


Durante a década de oitenta vivemos a era "yuppie" em que você valia por aquilo que conquistava - não importa a qual custo nem a que preço - e, pior, era avaliado por aquilo que ostentava: a caneta tinha que ser de marca, os óculos idem (e sempre usado com uma das hastes dependurada por fora do bolso do paletó ou do blazer e com a marca - uma grife caríssima, naturalmente! - bem visível aos olhos de quem o cercava) enfim, se você não esqueceu, vivemos a década das grifes caríssimas, propositadamente visíveis. E isso tudo era sinônimo de poder, status, sucesso, valor. Chegou a década de noventa e, graças aos Céus, essa baboseira toda ficou fora de moda, as pessoas passaram a repensar atitudes e valores e, afortunadamente, o novo lema do final de década de noventa e do século XXI em seu início é "Menos é mais". Não que tenhamos deixar de apreciar o que tem qualidade e é de bom gosto - longe disto! O que percebo é que as pessoas deixaram de achar que uns são mais ou menos importantes que os outros usando estes padrões que jamais foram reais medidas de sucesso, valor pessoal ou conquistas... E acho que a regra do menos é mais é muito mais antiga do que a gente se dá conta... Desde sempre, elegância é algo associado a uma atitude discreta, correta, longe de ostentação. Elegância e educação são palavras sinônimas de equilíbrio, de respeito, de comedimento, de sensibilidade. E nesta semana, acredito que alguns lembretes possam ser de enorme valia para que estejamos atentos e conscientes de como andam as nossas notas no quesito elegância e educação:
Falar demais - o parlapatão, além de ser um chato de galochas, é mal educado. Os seres humanos educados têm comedimento e falam com moderação, são bons ouvintes, não querem ser os donos absolutos da palavra, usam de sensibilidade para saberem quando falar e quando parar. Lembre-se sempre que, se falar fosse mais importante que escutar, certamente todos nós teríamos duas bocas e somente um ouvido!
Comer demais - além de prejudicial à saúde, toda a pessoa que é descontrolada nesse quesito, usualmente à mesa costuma dar mais importância à comida que às pessoas ao seu redor, normalmente assume uma atitude egoísta diante de refeições, pensando e privilegiando a si próprio e esquecendo-se sempre das demais pessoas presentes. Descontroles e exagero no item alimentação acabam por fazer mal à saúde, à silhueta do indivíduo e também à sua imagem: lembre disto!
Gesticular demais - ser extrovertido é uma característica que usualmente é positiva e agrada a quem convive com pessoas assim. O excesso de extroversão (ou a falta de percepção de si mesmo) acaba levando as pessoas a excesso de gestos, a falar num tom de voz que acaba cansando e irritando as demais pessoas e, pior, acaba por criar a fama (justificada, diga-se de passagem) de pessoa desastrada a quem desta maneira costuma agir. 
Enfim, poderíamos listar um sem número de pequenos detalhes que, quando acrescidos da palavra demais, acabam por se tornarem sinônimo de deselegância, desrespeito e falta de educação: correr demais ao volante, reclamar demais da vida, pedir favores em excesso às pessoas, mostrar conhecimento além da medida que pede o momento, "alugar" amigos e clientes demais ao telefone, ouvir música num volume alto demais, beber demais, fumar demais (acho que aliás, do jeito que as coisas andam, o melhor é nem demais nem de menos: é melhor parar de fumar porque hoje o fumante é olhado como alguém politicamente incorreto!), usar perfume em excesso, etc. etc. etc.
Tudo aquilo que é "a mais" precisa ser percebido, controlado e diminuído. Comedimento é boa educação, comedimento e equilíbrio são sinônimos de classe e elegância. Menos é mais mesmo! Esta regra só não vale para o afeto, para a solidariedade, para a benemerência, para a tolerância, para o autocontrole e para o bom-humor. E é uma pena porque a maioria de nós ainda não percebeu isto e acaba por "carregar" naquilo que deveria quase se acabar (todos os demais acima citados) e economiza nestes últimos itens citados que, certamente, poderiam fazer toda a diferença positiva em nossas vidas e nas vidas de todas aquelas outras pessoas que conosco convivem ou que vivem ao nosso redor!
Autora: Célia Leão (www.etiquetacelialeao.com.br), publicado com autorização.

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