quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ai meus ouvidos!


Ultimamente tenho agradecido com freqüência o exemplo, recebido em casa, de fazer da leitura hábito de todos os dias e de ter aprendido com meu pai (que sempre que tinha uma folga estava com um livro na mão) a fazer dos livros meus fiéis companheiros.
Sabemos que nossa língua portuguesa é bonita, com uma riqueza de expressão que coloca muitos outros (senão quase todos) idiomas "no bolso" , usando boa e popular gíria...E também sabemos que a leitura é hábito que, além de excelente exercício para a mente e para nossa criatividade, faz de nós pessoas usuárias da língua-mãe com mais propriedade- e menos erros e enganos.
Recebi dia destes um e-mail em que a pessoa dizia estar precisando dos meus serviços enquanto consultora de Etiqueta....(!!!). Graças a Deus a expressão "a nível de" deixou de ser moda. E em compensação, agora é um tal de "estar fazendo", "estar organizando" , "estar pensando" que me dá até agonia!!!
Desde quando a maioria de nossos verbos precisa de verbo auxiliar? Que eu saiba, na língua inglesa, isso é mais usual! Desde quando eu presto meus serviços enquanto consultora? Que eu saiba, presto serviços como consultora que sou...
Pois é: eu digo sempre que a aparência pessoal é a primeira imagem que as pessoas fazem de nós. E que, imediatamente, ao abrirmos a boca, essa impressão, quando é boa, é reforçada - ou jogada por terra com força incontrolável! Precisamos com urgência urgentíssima fazer da leitura um hábito mais freqüente em nossas vidas pois, com a ajuda das boas publicações, além de nos mantermos informados, vamos, sem sentir, lapidando o nosso português. Ouço pessoas com estudo formal afirmarem absurdos tais quais "ela pediu para mim trazer" e, a cada para mim destes, sinto uma dor fortíssima em meus ouvidos.
Às vezes, em sala de aula, incluo em meus bate-papos com alunos algumas perguntas básicas sobre cultura geral e atualidade e, pasmem, descubro como as pessoas ultimamente têm se preocupado pouco com atualidades e com cultura geral.
Elegância, volto a repetir, é uma série de atributos - e a roupa adequada e o conhecimento de regras é parte disto mas, não conheço ser humano que possa ser considerado elegante cometendo erros crassos de língua portuguesa ou que, ao ouvir uma prosaica conversa sobre algo que está na mídia da semana faça aquele ar de "não sei do que é que você está falando".
Autora: Célia Leão (www.etiquetacelialeao.com.br), publicado com autorização.

Nenhum comentário:

Postar um comentário