quarta-feira, 3 de junho de 2015

Você é um morto-vivo?


“LET ME NOT DIE WHILE I AM STILL ALIVE." (num texto de Sheryl Sandberg)
(Tradução: Não permita que eu morra enquanto estiver vivo.)
A querida amiga Raquel postou em sua timeline um texto escrito por Sheryl, uma jovem executiva do Facebook, que ficou viúva recentemente.
E, na carta, ela menciona esta frase que lhe foi dita por um amigo de infância que hoje é rabino.
Eu rezo e repito algo parecido com esta frase todos os dias quando me levanto, porque estamos cercados por zumbis que, aparentemente são como nós, mas já estão mortos e não se deram conta disto ainda.
Você é um morto vivo quando não consegue se conformar com a perda de um ente querido: conheço viúvos que ainda se referem ao morto no tempo presente; que fazem questão de cultivar sua dor e de chorar a perda do parceiro o tempo todo, todos os dias, o ano todo.
Penso que gente assim não tem Fé e, pior, gente assim não se liberta do outro não por excesso de amor, mas por egoísmo e por falta de vida própria. Quem não se conforma com a perda do parceiro nunca soube o que é gostar de si mesmo. E eu questiono se o amor pelo outro é mesmo tão grande porque, dizem os espiritualistas que, enquanto você sofre pelo outro neste plano, não permite que ele descanse no outro plano.
Quando perdi meu pai, privilegiadamente pude estar com ele nas seis noites que antecederam o seu falecimento: ouvi seus gemidos de dor e seu desconforto por todas estas noites; lhe fiz companhia, o distraia conversando, muitos foram os chás e os sucos que lhe preparei no meio da madrugada. E quando ele, enfim, descansou, o que me consolou foi me lembrar de seu sofrimento e de sua dor por aqui - seria muito egoísmo de minha parte querer conservá-lo ao meu lado por minha ligação com ele. Não existe um dia em que eu não pense nele, não me lembre dele ou não me pegue rindo com uma lembrança. Mas quem comigo convive é testemunha: nunca me ouviram choramingar, me lamuriar ou blasfemar por não tê-lo mais ao meu lado.
Você é um morto-vivo quando percebe que tem problemas de ordem psicológica que precisam ser sanados e trabalhados, mas prefere fingir que está tudo bem e seguir incomodando aos outros com seus transtornos de comportamento e suas manias. Só não muda quem não quer, ou aquele que já morreu.
Você é um morto-vivo quando, por estar muito apegado a coisas do passado, deixa de viver a vida e desfrutar e aproveitar do que o tempo presente coloca à sua disposição.
Você é um morto-vivo quando se recusa a repensar conceitos, compreender umas tantas coisas que são novas e absolutamente diferentes do que você traz dentro de você: algumas coisas novas podem até levar tempo para serem compreendidas e aceitas por nós, mas é o que de melhor podemos fazer.
Não ache que sabe tudo, não se recuse a mudar seu jeito de viver ou adaptar-se ao que pedem as mudanças do mundo.
Cuide-se muito, cuide de viver a vida que você tem nas mãos com gratidão, com alegria, com entusiasmo. Vigie-se e não se permita morrer enquanto estiver vivo!
Autora: Célia Leão (www.etiquetacelialeao.com.br), publicado com autorização.

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