O WhatsApp

Por motivos pessoais e absolutamente justificáveis, me rendi ao tal do WhatsApp.

E eis então que num destes sábados à noite, eram já umas 21h30 / 22h00 recebo uma mensagem da assistente de um profissional que me atende, querendo conversar sobre agenda e outros detalhes. Oi???

Havia a opção bloqueá-la, mas achei por bem responder a ela que meu WhatsApp é para meu uso privado e que quaisquer assuntos que fujam de minha vida pessoal devem ser tratados por e-mail ou por telefone.

Ou as pessoas andam muito sem programas para o fim de semana ou estão completamente sem noção de até onde podem ou devem ir nas relações com as pessoas com as quais elas não têm intimidade...

E aquela mensagem dela me fez lembrar porque desinstalei o aplicativo de meu telefone e porque fiquei tanto tempo resistindo a ele: é uma invasão dos bárbaros!!!

Eu já fiz contato com todas aquelas com quem pretendo interagir por ali - são pessoas com noção de limites, que não ficam me vigiando para ver se li ou não a mensagem. Ou seja, é gente que não me sufocará jamais e com quem, por razões afetivas ou razões de praticidade preciso interagir com rapidez e com frequência!!

Porque, meu amigo, se você não sabe mais conversar com seus amigos por telefone, isto é um problema muito sério e é só seu...

Este não é o meu caso: nada substitui a voz do outro, a entonação, os sentimentos, as reações e as risadas que uma conversa a dois sempre provocam.

Pense nisto antes de importunar as pessoas pedindo para ser adicionado ao WhatsApp delas - assim como não se vai a casa de quem quer que seja sem avisar ou pedindo para ser convidado, espere que o convite lhe seja feito! 

E, caso tenha se esquecido desta regra, não se aborreça se o outro lado - assim como eu faço e farei - lhe disser que o tal app é de uso restrito àqueles mais próximos ou mais íntimos.

Tem gente que adora e usa para tudo: gente assim vai lhe adicionar em dois tempos e lhe dizer que usa o aplicativo até para escolher um shampoo.

Outros - e este é bem o meu caso - serão mais reservados e não dirão a todo o mundo que fazem uso dele.

E o bonito é sermos mais sensíveis e respeitarmos a vontade pessoal dos outros.

Dica dada, viu?

Autora: Célia Leão (www.etiquetacelialeao.com.br), publicado com autorização.